quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O inferno sonoro do Labirinto

A banda paulistana de música instrumental Labirinto anuncia o lançamento do seu segundo álbum, Gehenna, que será lançado em setembro, com um show especial do grupo no Overload Music Festival, no Carioca Club em São Paulo, ao lado de Katatonia, Alcest e Vicente Cavanagh.

Gehenna é uma palavra do grego, muito utilizada na bíblia e que em português seria traduzido como geena, normalmente relacionado com o inferno, nos textos bíblicos. Porém, Gehenna é um termo originado no Vale de Hinon, em Jerusalém. Seria um espaço parecido com um lixão onde tudo era queimado (tal qual a analogia do inferno e seu fogo). No livro de Matheus, discípulo de Cristo dito atormentado por vozes demoníacas, podemos ve-lo citando o geena em penitência para o que fazemos em vida.

Etimologia a parte, o Labirinto usa como norte o inferno, não apenas como um lugar específico de penitência, mas o inferno no qual já estamos vivendo, inclusive internamente. A relação do sagrado com o profano permeia a maioria das dez faixas que compõem o novo disco. Em meio as músicas, falas como a última frase do decreto da AI-5 “Liberdade Vigiada” na faixa “Qumran”, uma homenagem a ganhadora do Nobel da paz Aung Suu e o uso de hinos do Tibete como contraponto ao sagrado e as práticas profanas nas quais vivemos, como me confidenciou Eric Cruxen, guitarrista do grupo e principal compositor deste novo álbum.


Gehenna é um trabalho sonoramente mais denso que os anteriores e cada vez mais aprofundado na alcunha do tal pós-metal. Guitarras altas, músicas que se conectam e parecem uma só, faixas longas e que passam todo sentimento possível. O disco foi gravado ao longo de um ano no Dissenso Estúdio em São Paulo (Brasill) e no Everything Hz (EUA), e conta com a produção técnica do Billy Anderson, que já trabalhou com bandas como Melvins, Neurosis, Fantômas e Swans. O álbum tem a participação e colaboração do guitarrista belga Mathieu Vandekerckhove, músico da Amenra, na baita faixa “Locrus”.


O CD Gehenna já está em pré-venda no site da Dissenso Records e deve ser lançado também em vinil duplo. A arte do encarte é do designer brasileiro Manuel Augusto Dischinger Moura, que vive na gringa, trampa mais com games e mandou muito bem!

Para quem mora em São Paulo, no dia 27 de agosto (sábado) vai rolar um pré-lançamento do disco, com show do banda Labirinto na festa de lançamento do livro Nós Somos a Tempestade 2 do jornalista Luiz Mazetto, que investiga a cena do metal alternativo feita pelo mundo, e entrevistou a Labirinto como representante do Brasil. O evento acontece no Dissenso Lounge e tem entrada gratuita. Ou seja, quem não for é vacilão!


Fonte: altnewspaper.com

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