sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

ENTREVISTA COM A BANDA VORGOK – "O MELHOR DO ROCK", CONFIRAM;


VORGOK é um projeto thrash metal formado em 2014 no Rio de Janeiro por Edu Lopez (guitarra/vocal, ex-Explicit Hate, ex-Necromancer) e João Wilson (baixo). Sua sonoridade exibe influências dos nomes clássicos do estilo, não havendo preocupações com a "reinvenção da roda", mas apenas em fazer um thrash metal bruto, porém bem trabalhado e variado.

Ao que se sabe, VORGOK não é uma palavra de qualquer idioma, tendo sido criada para definir "a coleção de todos os males praticados pela humanidade, passados, presentes e futuros". Daí vem sua temática lírica calcada em assuntos como intolerância, manipulação, opressão, extermínio das espécies, direitos dos povos do terceiro mundo à alimentação, à educação, ao refúgio, etc.

Em 2015, o VORGOK iniciou a gravação de seu primeiro trabalho, o full-length "Assorted Evils", produzido por Celo Oliveira e com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2016.

1-Como surgiu a banda, e qual a vertente? Há quanto tempo estão na estrada?
Edu Lopez: A banda surgiu em 2014. Na época, eu tocava no Necromancer e eu e o João Wilson (baixista) tínhamos uma banda de covers por diversão, tipo apenas pra ir pro estúdio e tomar umas cervejas. Eu tava compondo material que não tava sendo aproveitado no Necromancer, pois a banda meio que tava querendo seguir um caminho fora do thrash. Como o que gosto de tocar é thrash, essa decisão não me atendia. Aí convidei o João pra montar uma nova banda e começamos a trabalhar esse material. Mais material foi sendo composto e o resultado está no nosso álbum de estréia, "Assorted Evils", lançado no dia 02/11/2016, dia de finados hehehehe.

2-Todos os integrantes são os mesmos desde o inicio do grupo?
E.L.: No início éramos apenas eu e o João. Depois vieram o Bruno Tavares (guitarra; Demolishment) e nosso amigo Jean Falcão (bateria; Absolem, Dark Tower), que não é um membro efetivo da banda, mas tá dando uma moral pra gente como session drummer.

3-De onde vieram?
E.L.: do Rio de Janeiro, capital.

4-Quais as influências da banda?
E.L.: Thrash metal old school com pitadas de death metal da Florida dos anos 80. Citaria Slayer, evidentemente, Dark Angel, Sacrifice, Destruction, Sodom, Kreator e Sepultura antigos, Dorsal Atlântica, Death, Massacre e Autopsy.

5-As músicas são os integrantes que as compõem?
E.L.: As músicas que estão em "Assorted Evils" foram todas compostas por mim, inclusive as letras, como exceção da faixa "Drowning", que foi composta pelo João e é um prelúdio para a faixa seguinte, que fecha o disco, chamada "Mass Funeral at Sea". No entanto, os arranjos das músicas foram exaustivamente trabalhados por mim e pelo João, que deu uma contribuição importantíssima nessa área. Quando Bruno e Jean se envolveram com a banda já encontraram o material assim. Contudo, espero e é bem provável que todo mundo participe do processo de composição do próximo CD.

6-Qual a canção da banda que mais gostam?
E.L.: Pra mim é difícil escolher uma só. Aliás, minha preferida muda a cada dia! Hoje escolheria "Kill Them Dead". Essa música fala sobre intolerância religiosa e sua letra foi escrita com base num artigo do grande Norberto Bobbio chamado "As Razões da Tolerância". Há um lyric video dela no nosso canal no youtube.

7-Fale mais sobre os temas das letras da banda?
E.L.: Bem, a palavra VORGOK não tem tradução, e foi concebida para definir "a coleção de todos os males praticados pela humanidade, passados, presentes e futuros". Daí vem a temática lírica da banda, calcada em assuntos como intolerância, manipulação, opressão, extermínio das espécies, direitos dos povos do terceiro mundo à alimentação, à educação e ao refúgio, escravidão no século XXI, etc.

8-Qual o maior sucesso da banda?
E.L.: Se vc se refere a ter um "hit", ainda estamos loooonge disso, e nem sei se nosso gênero musical cabe muito falar em "hit", pois o público só se satisfaz com um trabalho no geral consistente. Não é como na música pop em que o artista pode lançar uma música apenas e estourar e o resto do repertório ser um lixo (sendo generoso e fazendo a concessão de que esse "hit" também não é um lixo hehehehehe). Porém, se vc se refere aos objetivos e horizontes que temos para a banda, acho que estamos bem mais perto. Estou muito feliz de ter conseguido reunir músicos desse calibre, e que também são pessoas da melhor qualidade, em torno dessa empreitada. Pra mim, isso é condição básica pra você ter "sucesso" com uma banda.

9-O que foi mais difícil que tiveram que enfrentar com a banda?
E.L.: Só o dia a dia de manter uma banda autoral de thrash metal no Brasil já é por si só uma dificuldade assombrosa. Não custa barato, você tem que renunciar várias coisas pra ter um comprometimento mínimo com a banda, e isso importa em consumo do seu tempo e afeta sua vida social também. Uns pilantras já se aproximaram da banda "com pele de ovelha", mas foram rapidamente identificados e não tiveram a chance de tirar qualquer proveito indevido. Infelizmente, existem sim pilantras no nosso meio e esse papo de união no Metal é mais lenda do que fato. Mais do que vc imagina até. Porém, as pessoas decentes são ampla maioria, e são elas que motivam as bandas a continuar.

10-Conte um vexame que passou em algum show?
E.L.: Vexame mesmo não tenho pra contar, mas por pouco já não me estabaquei bonito por causa de um... buraco no palco! Teria sido ridículo! hahahaha

11-Como a família reagiu ao saber que escolheram estar no mundo da música? Qual o momento que se descobriram artistas?
E. L.: Ah, isso faz muito tempo... Estou com 44 anos. Provavelmente, não levaram à sério, achando que era "coisa de adolescente". Ganhei minha primeira guitarra, uma Gianinni Stratosonic preta, parecida com a Strato clássica do Dave Murray, quando tinha 12 anos, acho. Sou muito grato por esse presente, mas acho que se minha mãe soubesse que isso não era "fogo de palha" talvez não tivesse me dado a guitarra não hahahaha.


12-Já teve alguma loucura de fã pra contar?
E. L.: A banda é muito nova. Não acredito que tenhamos "fãs", palavra da qual nem gosto, pois remete à "fanatismo". Veja que você ligou o termo "fã" à "loucura". Prefiro pensar que há pessoas que se identificam com nosso som e nossas letras e nos apoiam. São, portanto, apoiadores, não fãs. Prefiro que não façam loucuras e, ao contrário, permaneçam bem conscientes da realidade, inclusive da real dimensão que a banda tem em suas vidas. Tenho um grande amigo, que não é do meio do metal, que é obsessivamente fanático pelo Pearl Jam. O cara já assistiu a não sei quantos shows. Vai pros EUA e segue a banda pelas cidades, assistindo uns 5 shows da mesma tour. Você chega na casa do cara e 90% do tempo vc só escuta isso (que foda, né? hahahaha). No carro do cara só toca isso. Acho isso muito esquisito, doentio até. Sinceramente, ficaria triste se o Vorgok tivesse um impacto tal na vida de alguém. Isso seria uma verdadeira loucura de um fanático.

13-Qual sonho vocês ainda pretendem realizar em relação a banda?
E. L.: Na verdade, não temos "sonhos", pois trabalhamos com os pés bem firmes no chão, acordados para a realidade. O que pretendemos é continuar a fazer um thrash metal bruto, sem concessões, divulgar o material, conhecer novas pessoas e sair pra tocar o máximo possível, dadas, evidentemente, mínimas condições pra isso. Isso, pra gente, é o significado de sucesso.

14-Uma mensagem para as pessoas que acompanham o trabalho de vocês?
E.L.: Gostaríamos de convidar a todos para ouvir nosso álbum de estreia, "Assorted Evils", que se encontra disponível no canal da banda no youtube na forma de um videomenu que possibilita o acompanhamento das letras em tempo real (https://youtu.be/pGeZq6eK3o8). Sempre ressaltamos que é nosso desejo que as pessoas leiam as letras. Também convidados a todos para assistir o vídeo para a faixa "Hunger", também ali disponível (https://youtu.be/nExsqeCPS5I). Quem se interessar em adquirir material físico e/ou camisas pode entrar em contato por mensagem privada dirigida à página da banda no Facebook. No mais, mantenham contato e sempre apoiem o metal brasileiro. Thrash on!


Fonte: '' O Melhor do Rock ''/J. Paulo Ferreira

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