Em 1990 o fundador e futuro vocalista do The Cross, Eduardo “Slayer” Mota, começa pôr em prática a ideia de montar uma banda inspirada por Black Sabbath, Trouble e Candlemass com letras focadas na dor de existir humana. Em 1992, com a formação já estabilizada, o The Cross começa a fazer apresentações Brasil afora. A demo tape The Fall, hoje considerada um clássico do Doom Metal nacional, foi lançada no ano seguinte. A repercussão positiva da demo levou-a ser distribuída tanto na Europa, pela AdiPocere e pela Holy Records, como na América do Norte pela Moribund Records. A banda, no entanto, sempre teve dificuldade de manter uma formação estável, um dos motivos pelo qual o The Crosss decidiu encerrar as suas atividades em janeiro de 1998, na véspera de gravar o seu disco de estreia The Plague of the Lost River. Depois de um hiato de quase 20 anos a banda retorna com um novo EP, Flames Through Priests, editado pelo selo Eternal Hatred Records. O EP traz duas músicas inéditas – “Cursed Priest” e “Sweet Tragedy” – e mais as três faixas de The Fall como bônus. A banda está em vias de gravar o seu primeiro disco homônimo, com convites para tocar em festivais dentro e fora do Brasil, a exemplo do Palco do Rock de Salvador em Fevereiro do próximo ano e o Malta Doom Festival, na Ilha de Malta, no outono de 2016.
1 – Como surgiu a banda, e qual a vertente? Há quanto tempo estão na estrada?
R1 – A banda surgiu de uma vontade de tocar doom metal. Foi em 1990. Em Abril de 1992 a formação da banda se estabilizou. A banda encerrou as atividades em Janeiro de 1998 e em Dezembro de 2014 voltou à ativa.
2 – Todos os integrantes são os mesmos desde o início do grupo?
R2 – Não. Eu, Eduardo Slayer, sou o único integrante original.
3 – De onde vieram?
R3 – Os músicos? Eu vim de uma banda de thrash metal chamada Sepulchral. Zé Felipe tocou em varias bandas de metal extremo na década de 1990 (Carnified, Veuliah, Malefactor). Paulo Monteiro é da Acanon, death metal melódico. Mario Baqueiro, nosso baixista, tocou na VHV (Virtual Human Virus), banda de grindcore industrial. Louis é o baterista e membro fundador da DrearyLands. Ele já foi o baterista de outras bandas de metal baianas de destaque tipo Mystifier, Carnified, Yun-Fat, etc.
4 – Contem algum vexame que vocês já passaram em algum show?
R4 – Nunca passamos vexame.
5 – O que foi mais difícil que tiveram que enfrentar com a banda?
R5 – As várias mudanças de formação no passar dos anos e a perda do nosso guitarrista base Elly Brandão. Ele compôs a maioria das músicas do nosso primeiro álbum.
6 – Qual é a música do The Cross que a banda mais gosta?
R6 – Cada integrante tem a sua preferida.
7 – Quantos shows fazem por mês? Qual foi o show mais marcante?
R7 – Nos anos 1990 os shows mais marcantes foram o I Retch Festival (1993) de Itabuna (BA), o de Criciúma (SC) em 1994 e o de Teresina (PI) em 1995. Depois que a banda voltou foi show do Palco do Rock de 2016 em Salvador. Show absolutamente lotado, caravana de várias cidades do interior da Bahia pra ver o The Cross. Gravamos esse show, inclusive. Está disponível no YouTube, no nosso canal (The Cross Doom Metal).
8 – Quais as influências da banda?
R8 – O trio Candlemass, Trouble e Black Sabbath é a base de tudo. A partir daí são as influências pessoais de cada músico.
9 – Como a família reagiu ao saber que escolheram estar no mundo da música? Qual o momento que se descobriram artistas?
R9 – Desde os dez anos de idade escuto rock pesado. Tive certeza que ia montar uma banda quando ouvi Psalm 9 (1984), o primeiro disco do Trouble. A família já tinha dois músicos, então encararam com naturalidade.
10 – As músicas são os integrantes que as compõe?
R10 – Da época do demo todos compunham juntos. As do EP foram feitas por mim e Elly.
11 – Qual o maior sucesso da banda?
R11 – Uma música que o público pede até hoje é “Flames of Deceit” 1992. Ela está tanto na nossa primeira demo ensaio, de 1992, quanto em The Fall (1993).
12 – Já teve alguma loucura de fã pra contar?
R12 – Em 1994 uma fã me mandou uma carta com uma foto nua junto com um tufo de cabelo. Disse que queria fazer sexo com a banda ouvindo a música “The Fall”.
13 – Qual sonho vocês ainda pretendem realizar em relação a banda?
R13 – Temos algumas metas: fazer turnê na Europa, lançar discos disco em selos de fora e continuar a fazer álbuns cada vez melhores.
14 – Uma mensagem para pessoas que acompanham o trabalho de vocês?
R14 – Stay Doomed!