A banda
paulistana de música instrumental Labirinto anuncia o lançamento do seu segundo
álbum, Gehenna, que será lançado em setembro, com um show especial do grupo no
Overload Music Festival, no Carioca Club em São Paulo, ao lado de Katatonia,
Alcest e Vicente Cavanagh.
Gehenna é
uma palavra do grego, muito utilizada na bíblia e que em português seria
traduzido como geena, normalmente relacionado com o inferno, nos textos
bíblicos. Porém, Gehenna é um termo originado no Vale de Hinon, em Jerusalém.
Seria um espaço parecido com um lixão onde tudo era queimado (tal qual a
analogia do inferno e seu fogo). No livro de Matheus, discípulo de Cristo dito
atormentado por vozes demoníacas, podemos ve-lo citando o geena em penitência
para o que fazemos em vida.
Etimologia a
parte, o Labirinto usa como norte o inferno, não apenas como um lugar
específico de penitência, mas o inferno no qual já estamos vivendo, inclusive
internamente. A relação do sagrado com o profano permeia a maioria das dez
faixas que compõem o novo disco. Em meio as músicas, falas como a última frase
do decreto da AI-5 “Liberdade Vigiada” na faixa “Qumran”, uma homenagem a
ganhadora do Nobel da paz Aung Suu e o uso de hinos do Tibete como contraponto
ao sagrado e as práticas profanas nas quais vivemos, como me confidenciou Eric
Cruxen, guitarrista do grupo e principal compositor deste novo álbum.
Gehenna é um
trabalho sonoramente mais denso que os anteriores e cada vez mais aprofundado
na alcunha do tal pós-metal. Guitarras altas, músicas que se conectam e parecem
uma só, faixas longas e que passam todo sentimento possível. O disco foi
gravado ao longo de um ano no Dissenso Estúdio em São Paulo (Brasill) e no
Everything Hz (EUA), e conta com a produção técnica do Billy Anderson, que já
trabalhou com bandas como Melvins, Neurosis, Fantômas e Swans. O álbum tem a
participação e colaboração do guitarrista belga Mathieu Vandekerckhove, músico
da Amenra, na baita faixa “Locrus”.
O CD Gehenna
já está em pré-venda no site da Dissenso Records e deve ser lançado também em
vinil duplo. A arte do encarte é do designer brasileiro Manuel Augusto
Dischinger Moura, que vive na gringa, trampa mais com games e mandou muito bem!
Para quem
mora em São Paulo, no dia 27 de agosto (sábado) vai rolar um pré-lançamento do
disco, com show do banda Labirinto na festa de lançamento do livro Nós Somos a
Tempestade 2 do jornalista Luiz Mazetto, que investiga a cena do metal
alternativo feita pelo mundo, e entrevistou a Labirinto como representante do
Brasil. O evento acontece no Dissenso Lounge e tem entrada gratuita. Ou seja,
quem não for é vacilão!
Fonte: altnewspaper.com